sábado, 30 de março de 2013

REVISTA SOCIEDADE MILITAR
Audiência no SENADO sobre questões MILITARES. Com vídeo do discurso proferido por representantes das FA.
“a questão dos militares não é apenas dos militares” disse o Senador Rollemberg.
     Sabe-se que todas as iniciativas legais para reajustes salariais e alterações nas regras de promoções tem que partir da presidência da república, mesmo assim os militares tentam sensibilizar parlamentares a intervir na questão salarial. Depois de vários meses de marcações e remarcações vários representantes dos militares conseguiram ser ouvidos no Senado. Desde os anos 60, ainda antes do regime militar, que não se percebe tão ampla politização e mobilização de militares graduados, a ponto de conseguirem o comparecimento de dois senadores a discussão.
    O senador Paulo Paim (PT-RS), ao final da audiência onde se manifestaram representantes de várias associações de militares se comprometeu a dar prosseguimento na questão para efetiva recuperação dos salários dos militares. questões como o salário família de valor insignificante (R$ 0,16) foram amplamente discutidas. A defasagem da remuneração em relação a outras carreiras de estado foi o principal ponto tocado no debate.
   Segundo relatos dos participantes da audiência, desde a edição da Medida Provisória 2215/2001, a situação dos militares começou a se deteriorar progressivamente. A MP acabou com gratificações como adicional de inatividade e o chamado “posto acima” - promoção que o militar recebia ao passar para a reserva. Outros auxílios também foram retirados pela medida, como o auxílio moradia e a licença-prêmio.
   O presidente da Associação dos Militares da Reserva, Reformados e Pensionistas das Forças Armadas, Genivaldo da Silva, demonstrando muita lucidez e senso político, citou como um dos principais motivos da defasagem de remuneração a Medida Provisõria 2215. Genivaldo fez questão de dizer que a maior parte da defasagem salarial dos militares não foi causada pelo governo atual ou pelo anterior, mas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.
    “Por isso que nós estamos hoje com um salário superdefasado. E além dessas questões aqui citadas, nós ficamos dez anos sem um real de aumento – disse”.
   Genivaldo informou que um segundo-sargento das Forças Armadas ganha R$ 2,7 mil com 30 anos de serviço. Um capitão das Forças Armadas recebe R$ 5,3 mil – salário considerado baixo se comparado a outras categorias.
   “Ganha menos do que um soldado da Polícia Militar do DF e dos Bombeiros, que são excelentes profissionais. Nós tiramos o chapéu para eles, mas não podemos ganhar menos do que eles”.
   Outra reclamação recorrente durante a audiência foi o salário-família que os militares recebem para ajudar no custeio da educação de seus dependentes, no valor de apenas R$ 0,16 por filho. A presidente da Federação da Família Militar, Rita Deinstmann, comparou o benefício ao que recebe a família de um presidiário.
 
   “Por que o dependente de um presidiário recebe R$ 915 e nós recebemos R$ 0,16? É uma vergonha! – reclamou”.
   O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) esteve na audiência e deu apoio aos militares. Para ele, a valorização da categoria deve ser uma questão de interesse nacional, devido à importância do trabalho no país. Segundo o senador, a defesa de riquezas como a Amazônia e o pré-sal é um imenso desafio para o Brasil, que conta com as Forças Armadas.
   - Hoje vivemos num ambiente de paz, e todos nós torcemos para permanecer assim. Mas a gente sabe que não pode se descuidar para uma eventualidade de o Brasil ter que defender o seu território ou suas riquezas. Portanto, a questão dos militares não é uma questão apenas dos militares – afirmou Rollemberg.
   Paim sugeriu a realização de uma reunião com a categoria em seu gabinete para formular um documento com o pleito dos militares e prometeu todo o apoio para sensibilizar as autoridades competentes. O Senica.ador Paulo Paim sugeriu mais uma reunião, desta vez em seu próprio gabinete para elaboração de um documento mais fundamentado a ser enviado para a presidência da República.
Fonte: Agência Senado. // Fotografia de Agência Senado.

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