REVISTA SOCIEDADE MILITAR
Audiência no SENADO sobre questões MILITARES. Com vídeo do discurso proferido por representantes das FA.
“a questão dos militares não é apenas dos militares” disse o Senador Rollemberg.
Sabe-se que todas as
iniciativas legais para reajustes salariais e alterações nas regras de
promoções tem que partir da presidência da república, mesmo assim os
militares tentam sensibilizar parlamentares a intervir na questão
salarial. Depois de vários meses de marcações e remarcações vários
representantes dos militares conseguiram ser ouvidos no Senado. Desde os anos 60, ainda antes do regime militar, que não
se percebe tão ampla politização e mobilização de militares graduados, a
ponto de conseguirem o comparecimento de dois senadores a discussão.
O senador Paulo Paim (PT-RS), ao
final da audiência onde se manifestaram representantes de várias
associações de militares se comprometeu a dar prosseguimento na questão
para efetiva recuperação dos salários dos militares. questões como o
salário família de valor insignificante (R$ 0,16) foram amplamente
discutidas. A defasagem da remuneração em relação a outras carreiras de
estado foi o principal ponto tocado no debate.
Segundo relatos dos participantes
da audiência, desde a edição da Medida Provisória 2215/2001, a situação
dos militares começou a se deteriorar progressivamente. A MP acabou com
gratificações como adicional de inatividade e o chamado “posto acima” -
promoção que o militar recebia ao passar para a reserva. Outros
auxílios também foram retirados pela medida, como o auxílio moradia e a
licença-prêmio.
O presidente da Associação dos
Militares da Reserva, Reformados e Pensionistas das Forças Armadas,
Genivaldo da Silva, demonstrando muita lucidez e senso político, citou
como um dos principais motivos da defasagem de remuneração a Medida
Provisõria 2215. Genivaldo fez questão de dizer que a maior parte da
defasagem salarial dos militares não foi causada pelo governo atual ou
pelo anterior, mas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.
“Por isso
que nós estamos hoje com um salário superdefasado. E além dessas
questões aqui citadas, nós ficamos dez anos sem um real de aumento –
disse”.
Genivaldo informou que um
segundo-sargento das Forças Armadas ganha R$ 2,7 mil com 30 anos de
serviço. Um capitão das Forças Armadas recebe R$ 5,3 mil – salário
considerado baixo se comparado a outras categorias.
“Ganha menos do que um soldado da
Polícia Militar do DF e dos Bombeiros, que são excelentes
profissionais. Nós tiramos o chapéu para eles, mas não podemos ganhar
menos do que eles”.
Outra reclamação recorrente
durante a audiência foi o salário-família que os militares recebem para
ajudar no custeio da educação de seus dependentes, no valor de apenas R$
0,16 por filho. A presidente da Federação da Família Militar, Rita
Deinstmann, comparou o benefício ao que recebe a família de um
presidiário.
“Por que o dependente de um presidiário recebe R$ 915 e nós recebemos R$ 0,16? É uma vergonha! – reclamou”.
O senador Rodrigo Rollemberg
(PSB-DF) esteve na audiência e deu apoio aos militares. Para ele, a
valorização da categoria deve ser uma questão de interesse nacional,
devido à importância do trabalho no país. Segundo o senador, a defesa de
riquezas como a Amazônia e o pré-sal é um imenso desafio para o Brasil,
que conta com as Forças Armadas.
- Hoje vivemos num ambiente de
paz, e todos nós torcemos para permanecer assim. Mas a gente sabe que
não pode se descuidar para uma eventualidade de o Brasil ter que
defender o seu território ou suas riquezas. Portanto, a questão dos
militares não é uma questão apenas dos militares – afirmou Rollemberg.
Paim sugeriu a realização de uma
reunião com a categoria em seu gabinete para formular um documento com o
pleito dos militares e prometeu todo o apoio para sensibilizar as
autoridades competentes. O Senica.ador Paulo Paim sugeriu mais uma
reunião, desta vez em seu próprio gabinete para elaboração de um
documento mais fundamentado a ser enviado para a presidência da
República.
Fonte: Agência Senado. // Fotografia de Agência Senado.
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