Sexta-feira, 05 de Abril de 2013 |
ISSN 1519-7670 - Ano 17 - nº 740
MANUAL DE ESTILO
AP proíbe uso do termo “imigrante ilegal”
04/04/2013 na edição 740
Tradução: Larriza Thurler, edição de Leticia Nunes. Informações de Paul Colford [“‘Illegal immigrant’ no more”, AP, 2/4/13]
O debate sobre o termo “imigrante ilegal” continua
nos EUA. Dessa vez, a Associated Press fez alterações no seu manual de
estilo sobre como a agência descreve as pessoas que moram ilegalmente em
um país. Segundo a vice-presidente e editora-executiva Kathleen
Carroll, o manual não autoriza mais o uso do termo “imigrante ilegal”
para descrever uma pessoa. Em vez disso, recomenda que o termo “ilegal”
seja usado apenas para descrever uma ação, como viver ou imigrar
ilegalmente. Uma variação seria entrar ou viver em um país ilegalmente
ou sem permissão legal. Exceto em citações, os textos da AP não devem
mais conter termos como “ilegal”, “sem documentos” ou “estrangeiro
ilegal”.
Também não é aconselhado descrever que pessoas
violaram leis de imigração sem atribuição e deve sempre ser especificado
como as pessoas entraram ilegalmente no país e de onde vieram. Pessoas
que foram levadas ao país quando crianças não devem ser descritas como
terem migrado ilegalmente. Para aqueles que receberam o direito
temporário de permanecer nos EUA sob o programa Ação Diferida para
Chegada de Crianças, deve ser usado o status de residente temporário,
com detalhes sobre o programa na matéria.
Rótulos
Anteriormente, o uso do termo “sem documentos” já
havia sido rejeitado pela AP, por não ser preciso – uma pessoa pode ter
vários documentos, mas não ter os necessários para uma residência legal.
As discussões sobre “imigrante ilegal”, no entanto, continuaram, mesmo
depois de a agência ter defendido o uso do termo. Na época, acreditou-se
que era realmente a melhor escolha e, com a evolução constante da
língua inglesa, encontraria-se outro termo.
Mas a AP também debatia outras áreas do guia de
estilo. Na de saúde, por exemplo, parou-se de rotular pessoas com
esquizofrenia de “esquizofrênicas”; elas passaram a ser chamadas de
“diagnosticada com esquizofrenia”. Este argumento sobre não mais rotular
pessoas, e sim comportamentos e ações, trouxe de volta a discussão
sobre o uso de “imigrante ilegal”.
Chegou-se à conclusão que, para que o manual fosse
consistente, deveriam ser feitas novas mudanças. “A nova orientação
dificultará o trabalho dos jornalistas? Talvez um pouco no começo. Mas
enquanto rótulos podem ser mais fáceis, não são precisos”, ressalta
Kathleen.
Mudanças fazem parte do manual de estilo da AP
porque o idioma está em constante transformação, enriquecido por novas
palavras, frases e usos. A atualização foi feita no manual online em
inglês e em espanhol. Também será incluída na nova edição impressa.
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