domingo, 14 de abril de 2013

Militares abandonam em massa as forças armadas.
   Esse ano mais uma quantidade significativa de militares recém formados abandonou as forças armadas. Cite-se de passagem, e com destaque, a oficial piloto da FAB que ficou em primeiro lugar na Academia da Força Aérea, mas que em janeiro passado pediu baixa para assumir uma função burocrática na CGU. Pilotando um computador ela vai receber o dobro do que receberia pilotando um caça. Ela havia dito: “Recomendo a carreira de aviadora para as mulheres que, além do sonho de pilotar aviões, tenham um amor profundo pelo Brasil. Sem um desses requisitos, acho que não é possível”.
Oficiais engenheiros recém contratados pelas Forças armadas, e que tinham carreiras promissoras também estão prestes a ser desligados para ser admitidos pela Estatal Petrobrás, que paga salários bem melhores.  
Praças também não ficam atrás nessa “onda”, basta comunicar que estará se inscrevendo para um concurso para que não haja problemas no dia de realizar as provas. Uma pequena busca na internet e encontram-se relatos de vários sargentos que deixaram a caserna. Não é incomum durante uma blitz da polícia federal, ser vistoriado por um ex-militar, praça ou oficial.
-- O Capital Militar -- 
   Reportagens recentes dão a entender que além dos baixos salários existe outro fator que estimula a evasão. Assim que adquirem um pouco de experiência como profissionais das armas, principalmente aqueles que ingressaram nas forças armadas já tendo certa formação na vida civil, os novos militares percebem que além de habilidades militares e profissionais, para ascender até os últimos postos da carreira, o militar tem que ter também a habilidade em acumular o chamado “*capital militar”, e este nem sempre é adquirido por meio do cumprimento de missões ou pela destreza nas artes da guerra.
Correio Braziliense diz: "Ninguém assume isso lá dentro, mas o fato real é que, além do mérito, a questão política é um fator fortíssimo para um coronel ascender a general. E essa regra não é válida só no Exército. É o mesmo na Marinha e na Aeronáutica", diz um oficial da reserva que pediu anonimato.
O capital militar adquirido politicamente, pode ser maior na medida em que tenha-se trabalhado nos locais certos auxiliando com eficácia as pessoas certas, ou seja, um hipotético oficial que tenha servido no interior da Amazônia por dez anos, atuado com excelência num local inóspito no combate ao narcotráfico e realizado outras inúmeras missões perigosas, pode ter menos capital militar, portanto - menos condições de alcançar o Generalato - do que um oficial que tenha passado quase toda a carreira em serviços burocráticos no Planalto Central.
Reportagem de Correio Brasiliense diz: “Só em 2012, 245 oficiais militares deixaram as instituições. É como se um oficial deixasse o contingente militar brasileiro a cada dia útil do ano. Foi o maior volume de pedidos de demissão registrados entre militares do círculo de oficiais desde 2006. Só nos primeiros três meses deste ano, o Diário Oficial da União registrou a saída de outros 54 oficiais”.
*Livro: Militares Pela Cidadania – Editora Ponto da Cultura.

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